Caminho do Itupava, Serra do Mar no Paraná

20 de maio de 2018 (Caminho do Itupava)

Saindo de Borda do Campo

Acordamos cedinho e uma das guias da agência Paraná Ecoturismo veio nos buscar na casa dos meus pais, em Curitiba, para nos levar até Borda do Campo, na sede do IAP, onde nos registramos e começamos a caminhar. Meu pai estava junto conosco e a caminhada prometia cerca de 7 horas para vencer os 20 km de trilha e um desnível de 1000 m.

O Caminho do Itupava é uma trilha indígena, mais antiga do Paraná, que passa pelos municípios de Quatro Barras e Morretes, no litoral do Estado. Foi largamente utilizada na época dos jesuítas e só foi deixada de ser a principal ligação entre o litoral e a capital em 1873, quando inaugurou a Estrada da Graciosa.

Quase todo o seu percurso é pavimentado por pedras que foram ali colocadas pelos escravos no século XVII. O dia estava lindo e frio. Apesar de não ter chovido nos dias anteriores, as pedras estavam lisas e escorregadias, necessitando certo cuidado no caminhar.

Início do Caminho do Itupava

Pequenos rios cristalinos

Há várias travessias de córregos e rios pelo caminho. Todos os pontos de travessia contém ou uma pequena ponte suspensa ou passarelas de madeira. Tudo muito bem conservado e limpo, nada parecido com o lixo que encontramos na trilha para o Pico Paraná.

Em todo o percurso há apenas uma subida acentuada, logo no início da trilha. Depois todo o trajeto é feito em nível ou descida.

Ruínas da Casa do Ipiranga

A 7 km do início da trilha chegamos na Casa do Ipiranga, uma construção de 1885, que servia de apoio aos engenheiros e operários da estrada de ferro. Foi abandonada em 1995 com a privatização da ferrovia.

Roda d’água do Rio Ipiranga

Paramos ali mesmo para almoçar e descansar um pouco. Muitas pessoas fazem desse trecho o ponto final para retornar a Curitiba. Essa antiga Usina abastecia a Casa do Ipiranga nos tempos antigos. Há área para banho, mas o frio não nos deu coragem nem para molhar os pés.

Após o lanche seguimos pelos trilhos do trem, mesmo não sendo recomendado, por causa da passagem do mesmo e por questões de segurança. Mas como estávamos com meu pai (73 anos) seria mais seguro seguir pelos trilhos. O caminho é mais longo, mas é mais confortável caso acontecesse algum imprevisto com ele.

O que torna perigoso o caminho pelos trilhos do trem, além da passagem do próprio trem, são as pontes que devemos cruzar por cima dos batentes. Muitos deles estão podres e dá medo de algum se soltar e a gente cair lá em baixo. Mas foi tudo tranquilo.

Estação Véu da Noiva e Garganta do Diabo

A Garganta do Diabo é uma imagem exuberante. A paisagem ímpar é uma grande fenda entre dois morros com vista a uma Serra ao fundo. Quando se passa por ali de trem muito rápido não conseguimos ver direito. A pé é tudo mais bonito.

Após esse trecho as paisagens ficam cada vez mais bonitas e há uma sucessão de túneis, todos atravessados em segurança pelo guia que tinha informações dos horários dos trens que passariam por ali.

Garganta do Diabo

Véu da Noiva

Santuário Nossa Senhora do Cadeado

Esse lindo local, com vista privilegiada do Complexo Marumbi, foi construído em 1965 para comemorar os 80 anos da ferrovia.

Chegamos no santuário às 17 h. É ali que começa a grande descida até Morretes, o trecho mais exigente dos nosso joelhos. A trilha tradicional do Itupava também termina ali e se une a mesma descida.

Chegando ao IAP – Morretes

Chegamos as 20h no IAP e a guia que nos levaria de volta de carro a Curitiba já estava lá nos aguardando. Ela nos deixou na porta de casa.

Impressões dessa aventura

Tanto o Salto dos Macacos como o Caminho do Itupava são lindos, natureza exuberante, fáceis de fazer e com uma bagagem histórica rica. É a base das trilhas de quem mora na Região Metropolitana de Curitiba. Uma excelente porta de entrada ao mundo outdoor. Muito conservada, bem sinalizadas e completamente limpas. Parabéns ao IAP pela manutenção e conservação das trilhas. E mesmo que você já conheça a região, vale muito a pena fazer essas duas trilhas, pois as imagens do Complexo Marumbi de ambas trilhas são incríveis.

Ah! Veja o vlog desse dia:

20 comentários sobre “Caminho do Itupava, Serra do Mar no Paraná

  1. Osvaldo Fulgencio da Cruz

    Valeu Carla. Gostei que vc falou bem do Itupava. Parabéns pelo teu pai que acompanhou. Vc viu que a idade não é limite.
    Abraços para o Casal Carla/Elio Osvaldo F da Cruz – Cruces de los Andes Fev 2018.

    1. Admin Autor da Postagem

      Legal amigo! Que bom que gostou. Sim, andar na natureza não tem limite de idade. Basta ter joelho e disposição. hahahaha. Grande abraço

    1. Admin Autor da Postagem

      Que legal! Sim, temois um grande problema de assalto nessa trilha, mas graças a Deus não fomos acometidos desse mal. Obrigada pela visita e volte sempre!

  2. Alceu Sperança

    Obrigatório pensar em meu pai Celso, que apresentou essas maravilhas a um piá deslumbrado, e agradecer a você por essa postagem e as lembranças que evocou.

  3. Florinda

    Não vai além do cadeado um caminha muito ruim e sem sinalização e não tem nada de interessante. ..a não ser uns dois rios..e do cadeado até morreres tem muito chão para andar…fiz a trilha ontem dia 04 março de 2019. ..quase morri pois os que as pessoas que eu conversei disse que era mais perto do que o que andamos.

    Ca

    1. Admin Autor da Postagem

      Sim Florinda. A trilha até o Cadeado é a mais bonita. Mas para os amantes da natureza o mais legal é andar na natureza. Por isso acho que a gente nunca deve dizer ‘não vale a pena’, pois a gente nunca sabe as pretensões das outras pessoas. Eu por exemplo, gostei e muito. Beijos e volte sempre!

    1. Admin Autor da Postagem

      Olá Dantas. O guia contratou uma pessoa para fazer esse transfer, mas você pode combinar com um taxista no final do dia ou conseguir uma carona.

    1. Admin Autor da Postagem

      Oi Rafael. Não passa pela Estação Marumbi, mas passa pela Estação Nossa Senhora do cadeado e o trem pode parar ali. Mas caso prefira, tem mais uma pernada até a Estação Marumbi, que fica ali próxima. Verifique com o pessoal da Serra Verde Express, que faz a venda dos bilhetes do trem. espero ter ajudado. Abraço.

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