Vulcão Ollagüe entre Chile e Bolívia

28 de fevereiro de 2019

San Pedro de Atacama

Dois dias antes, chegamos cedinho ao terminal rodoviário de Salta (Argentina) e pegamos o ônibus da 7 horas da manhã da Pullmam Bus, para San Pedro de Atacama (Chile). Foram 10 horas de viagem, cerca de 7 horas até o Paso Jama, mais 1 hora de trâmites nas aduanas e mais 2 horas até San Pedro. Chegamos no final da tarde e fomos direto para nosso Hostel.

No dia seguinte, fomos até a agência Vulcano Expediciones fechar nosso pacote de 3 vulcões na região, junto com nossa amiga Claudia. Estava previsto fazermos o Vulcão Ollagüe, com pernoite em Ollagüe, saindo ainda naquele dia (5850m para aclimatar), o vulcão Sairecabur (6000m) e finalmente uma expedição ao Llullaillaco (6740mm).

O pessoal da agência nos disse que o Llullaillaco estava fechado temporariamente, devido as fortes chuvas na região no mês de janeiro, que destruíram as estradas de acesso e o exército estava arrumando. A previsão de abertura das estradas era para o dia 4 de março, bem no dia que teríamos estar por lá em virtude da logística e tempo de viagem. Mesmo assim, ficamos no aguardo para ver se daria certo essa expedição.

Infelizmente não conseguimos guias para pernoitar em Ollagüe nesse dia, portanto saímos de madrugada (4:00h) para chegar na base do vulcão às 7:00h.

Chegando à base do Vulcão Ollagüe, descobrimos que fomos o primeiro veículo a tentar subir até o estacionamento a 5000m de altitude, desde as últimas chuvas de janeiro. A estrada estava péssima, muita erosão dos canais de água que desceram em velocidade da montanha. Paramos cerca de 6 vezes para ‘arrumar’ a estrada, colocando pedras, e terra com pás nas crateras formadas pela chuva.

Começando a caminhada no Vulcão Ollagüe

O trabalho de consertar a estrada nos atrasou um bocado e chegamos no local onde o carro fica às 9:30h. Ficamos com o horário mais apertado para fazer uma ascensão em um ritmo calmo para aclimatação. Tínhamos até as 14:30h para subir 850m e chegar ao cume.

Em toda a subida ficávamos observando o Vulcão Aucanquilcha de 6170m que subimos ano passado. Linda a vista! Volta e meia víamos a fumaça branca que saída de uma das ‘bocas’ do vulcão Ollagüe, que é um vulcão ainda ativo.

A caminhada não pôde ser feita somente pela estrada de acesso à mina que ficava a 5300m de altitude, pois os guias queriam ganhar o tempo perdido. Por isso encaramos uns atalhos pelas pedras bem cansativos ao subir.

A 5300m a estrada acaba e a partir desse ponto é só pirambeira. Apesar de ser bem íngreme, não é exposto, pois as pedras são soltas e a estabilidade é alta. O difícil mesmo é andar nesse tipo de terreno a uma altitude tão elevada.

Carro estacionado no início da trilha que leva ao cume do vulcão Ollagüe. Ao fundo o vulcão Aucanquilcha de 6170m e outro vulcão nevado.

Chegamos a 5550m

Aos 5500m de altitude, eu e a Claudinha resolvemos desistir, pois já eram 13h e não conseguiríamos subir mais 300m em 1 hora e meia. E para o Elio não perder o cume, já que estava mais forte que a gente, seguiu com os dois guias a parte nevada a nossa frente. Sim, o Ollagüe estava bem nevado, caso raro, já que vimos relatos de outros montanhistas dizendo que só havia neve próximo ao cume.

Mas as chuvas do mês anterior mudaram muito esse cenário e já a partir dos 5300m já havia bastante neve. Inclusive os guias nem levaram crampons para a gente, pois nem imaginavam que teria tanta neve por lá.

Descansamos um pouco e os guias nos deixaram a chave do carro e um rádio para contato. Começamos a descer e 30 minutos depois um dos guias nos alcançou. Descemos tranquilas até o carro.

E o Elio continuou…

Cume do Vulcão Ollagüe

O Elio estava bem mais forte que nós duas e conseguiu chegar ao cume as 14:25h, hora limite dada pelos guias. No cume a vista estava linda. Pelo GPS ora eles estavam no Chile, ora na Bolívia, já que o cume era limite entre os dois países.

Descendo o Vulcão Ollagüe

O Elio disse que enfrentou 2 paredões de gelo (gelo mesmo: água congelada que fica igual vidro) e muita neve. Como estava sem crampons usou a piqueta para sua segurança. O guia que o acompanhou estava com os crampons e para descer precisou abraçar o Elio por segurança. Também usaram cordas para descer um trecho em rapel.

Depois da experiência do cume, o Elio achou super sensato a nossa desistência (minha e da Claudia), pois acreditava que pela exposição e falta de equipamentos não seria seguro a gente seguir.

Assim que o Elio retornou as 16h, voltamos a San Pedro e fomos descansar.

Veja o vlog desse dia:

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